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Se você não gosta de gente, talvez não devesse liderar


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Pode parecer duro começar um texto assim. Mas talvez mais duro ainda seja conviver diariamente com lideranças que não sabem — ou simplesmente não querem — se relacionar.

Nos últimos tempos, tenho escutado muitos relatos de equipes adoecidas, feridas, desmotivadas. E quando vamos escavar o que está por trás desse cenário, lá está: um gestor ou uma gestora que repete com orgulho a frase “não gosto de gente”.


Diz que não tem paciência para ouvir, que não se importa com vínculos, que prefere se concentrar nas metas. Vê as pessoas como obstáculos. Ou, no máximo, como números.

Mas como é possível liderar uma escola sem gostar de gente?


A escola é feita de gente. É gente que ensina, que aprende, que erra, que sente, que precisa ser ouvida. É gente que carrega angústias, que tem dias ruins, que quer ser tratada com dignidade. É gente que constrói os resultados, não planilhas.


Liderar não é sobre mandar. É sobre cuidar, orientar, escutar, alinhar, respeitar. É sobre saber se comunicar mesmo quando se está cansado, resolver conflitos sem esmagar o outro, reconhecer o esforço da equipe.

Se você ocupa um cargo de gestão e acha que isso te dá o direito de ignorar o outro, humilhar, maltratar ou simplesmente “não se envolver”, talvez seja a hora de repensar se esse é mesmo o seu lugar.


Porque liderar exige presença. E presença exige humanidade.

Não estou dizendo que você precisa ser perfeito. em que deve se transformar em alguém super extrovertido e sociável. Mas é necessário, sim, querer se relacionar. É necessário enxergar o outro como alguém que importa. É necessário entender que sua forma de liderar afeta vidas — para o bem ou para o mal.


E se você está aí, vivendo sob a gestão de alguém que não gosta de gente, deixa eu te dizer algo:não é normal ser tratado com frieza, descaso ou desrespeito. Não é você o problema. É o modelo de liderança que está doente.


Foi por tudo isso que escrevi um livro inteirinho sobre a humanização da gestão escolar e outro apontando caminhos para liderar a escola.


Porque, sim, pode até parecer redundante falar em re-humanizar o humano. Mas basta olhar em volta pra perceber o quanto ainda falta empatia, escuta e presença nas relações dentro da escola. Já me chamaram de sonhadora demais por colocar uma proposta assim no mundo.E talvez eu seja mesmo.


Mas prefiro continuar acreditando que a escola pode, e deve, ser um espaço de cuidado, de vínculos reais, de lideranças que inspiram sem ferir.


💛 Quer seguir comigo nessa jornada?


Se esse texto fez sentido pra você, te convido a conhecer meu novo livro: “Convite à Gestão Escolar Humanizada” — uma leitura pra quem acredita que liderar também é um ato de cuidado.



 
 
 

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